Potestad

Potestad, do argentino Tato Pavlovsky, nos permite refletir sobre algumas das consequências das contra-revoluções preventivas na Argentina e no Brasil, ainda arraigadas em nosso presente. Especificamente, acerca da persistência e reprodução incessante do modo de pensar e agir dos cúmplices civis da ditadura cá e lá ainda hoje. Além disso, sobre os crimes e danos cometidos pelas ditaduras civis-militares às crianças que nasceram no período. Crimes que, como sabemos, permaneceram impunes (em menor medida lá, independente do uso demagógico atual que se fez disso, e em ampla medida -para usar de um eufemismo- entre nós). Reflexões que estão na ordem do dia no Brasil, na medida em que nossa comissão nacional da verdade (e não da justiça e da verdade, como a dos argentinos) findou seus trabalhos, e a grita dos militares e a indiferença geral impedem que se avance até mesmo na batalha das memórias (para usar a expressão de Edson Teles), que incide diretamente sobre os destinos da política (não só) hoje. Temos a esperança (ilusão?) de que a encenação da peça neste momento possa em alguma medida contribuir criticamente para o modo como percebemos esses problemas que persistem e avivar um pouco a sua discussão.
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